NO INTERIOR E NO SERTÃO DO NORDESTE, AINDA SE FALA ASSIM: |
|
Há diferenciação Porque cada região Tem seu jeito de falar O Nordeste é excelente Tem um jeito diferente Que a outro não se iguala Alguém chato é Abusado Se quebrou, tá Enguiçado Uma ferida é Pereba Homem alto é Galalau Ou então é Varapau Coisa inferior é Peba Cisco no olho é Argueiro O sovina é Pirangueiro
Enguiçar é Dar o Prego Fofoca aqui é Fuxico Desistir, Pedir Penico Lugar longe é Caixa Prego Ladainha é Lengalenga E um estouro é Pipoco Botão de rádio é Pitoco E confusão é Arenga Fantasma é Alma Penada Uma conversa fiada Por aqui é Leriado Palavrão é Nome Feio Agonia é Aperreio E metido é Amostrado O nosso palavreado Não se pode ignorar Pois ele é peculiar É bonito, é Arretado E é nosso dialeto Sendo assim, está correto Dizer que esperma é Gala É feio pra muita gente Mas não é incoerente É assim que a gente fala Você pode estranhar Mas ele não tem defeito Aqui bombom é Confeito Rir de alguém é Mangar Mexer em algo é Bulir Paquerar é Se Enxerir E correr é Dar Carreira Qualquer coisa torta é Troncha Marca de pancada é Roncha E a caxumba é Papeira Longe é o Fim do Mundo E garganta aqui é Goela Veja que a língua é bela E nessa língua eu vou fundo Tentar muito é Pelejar Apertar é Acochar Homem rico é Estribado Se for muito parecido Diz-se Cagado e Cuspido E uma fofoca é Babado Desconfiado é Cabreiro Travessura é Presepada Uma cuspida é Goipada Frente da casa é Terreiro Dar volta é Arrudiar Confessar, Desembuchar Quem trai alguém, Apunhala Distraído é Aluado Quem está mal, Tá Lascado É assim que a gente fala Aqui, valer é Vogar E quem não paga é Xexeiro Quem dá furo é Fuleiro E parir é Descansar Um rastro é Pisunhada A buchuda é Amojada O pão-duro é Amarrado Verme no bucho é Lombriga Com raiva Tá Com a Bixiga E com medo é Acuado Tocar de leve é Triscar O último é Derradeiro E para trocar dinheiro Nós falamos Destrocar Tudo que é bom é Massa O Policial é Praça Pessoa esperta é Danada Vitamina dá Sustança A barriga aqui é Pança E porrada é Cipoada Alguém sortudo é Cagado Capotagem é Cangapé O mendigo é Esmolé Quem tem pressa é Avexado Sandália é Alpercata A correia, Arriata Sem ter filho é Gala Rala O cascudo é Cocorote E o folgado é Folote É assim que a gente fala Perdeu a cor é Bufento Se alguém dá liberdade Pra entrar na intimidade Dizemos Dar Cabimento Varrer aqui é Barrer Se a calcinha aparecer Mostra a Polpa da Bunda Mulher feia é Canhão Neco é pra negação Nas costas, é na Cacunda Palhaçada é Marmota Tá doido é Tá Variando Mas a gente conversando Fala assim e nem nota Cabra chato é Cabuloso Insistente é Pegajoso Remédio aqui é Meisinha Chateado é Emburrado E quando tá Invocado Dizemos Tá Com a Murrinha Não concordo, é Pois Sim Estou às ordens, Pois Não Beco do lado é Oitão A corrente é Trancilim Ou Volta, sem o pingente Uma surpresa é, Oxente! Quem abre o olho Arregala Vou Chegando, é pra sair Torcer o pé, Desmintir É assim que a gente fala A cachaça é Meropéia Tá triste é Acabrunhado O bobo é Apombalhado Sem qualidade é Borréia A árvore é Pé de Pau Caprichar é Dar o Grau Mercado é Venda ou Bodega Quem olha tá Espiando Ou então, Tá Curiando E quem namora Chumbrega Coceira na pele é Xanha E molho de carne é Graxa Uma pelada é um Racha Onde se perde ou se ganha Defecar se chama Obrar Ou simplesmente Cagar Sem juízo é Abilolado Ou tem o Miolo Mole Sanfona também é Fole E com raiva é Infezado Estilingue é Balieira Prostituta se diz Quenga Cabra medroso é Molenga O baba-ovo é Chaleira Opinar é Dar Pitaco Axila é Suvaco Se o cabra for mau, é Mala Atrás da nuca é Cangote Adolescente é Frangote É assim que a gente fala Lugar longe aqui é Brenha Conversa besta, Arisia Venha, ande, é Avia Fofoca é também Resenha O dado aqui é Bozó Um grande amor é Xodó Demorar muito é Custar De pernas tortas é Zambeta Morre, Bate a Caçuleta Ficar cheirando é Fungar A clavícula aqui é Pá Um mal-estar é Gastura Um vento bom é Frescura Ali, se diz, Acolá Um sujeito inteligente Muito feio ou valente É o Cão Chupando Manga Um companheiro é Pareia Depende é Aí Vareia Tic nervoso é Munganga Colar prova é Filar Brigar é Sair no Braço Lombo se diz Espinhaço Matar aula é Gazear Quem fala alto ou grita Pra gente aqui é Gasguita Quem faz pacote, Embala Enrugado é Ingilhado Com dor no corpo, Engembrado É assim que a gente fala O afago é Alisado Um monte de gente é Ruma Quer saber como, diz Cuma E bicho gordo é Cevado A calça curta é Coronha Sujeito leso é pamonha Manha aqui é Pantim Coisa velha é Cacareco O copo aqui é Caneco E coisa pouca é Tiquim Mulher desqualificada Chamamos de Lambisgóia Tudo que sobra é de Bóia E muita gente é Cambada O nariz aqui é Venta A polenta é Quarenta Mandar correr é Acunha Azar se chama Quizila A bola de gude é Bila Sofrer de amor, Roer Unha Aprendi desde pivete Que homem franzino é Xôxo O cara medroso é Frouxo E comprimido é Cachete Olho sujo tem Remela Quem não tem dente é Banguela Quem fala muito e não cala Aqui se chama Matraca Cheiro de suor, Inhaca É assim que a gente fala Pra dizer ponto final A gente só diz: E Priu Pra chamar é Dando Siu Sem falar, Fica de Mal Separar é Apartá Desviar é Ataiá E pra desmentir é Nego Se estiver desnorteado Aqui se diz Ariado E complicado é Nó Cego Coisa fácil é Fichinha Dose de cana é Lapada Empurrar é Dar Peitada E o banheiro é Casinha Tudo pequeno é Cotoco Vigi! Quer dizer, por pouco Desde o tempo da senzala Nessa terra nordestina Seu menino, essa menina, É assim que a gente fala.”
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário